Uma investigação da área de linguística
analisou as cartas psicografadas pelo médium brasileiro Francisco de
Paula Cândido Xavier, o Chico Xavier (1910-2002). O estudo apontou
marcas que diferenciam os supostos autores entre si e essas distinções
mantêm coerência para um mesmo autor em cartas escritas em épocas
diferentes. A pesquisa identifica ainda a doutrina espírita permeando
esses escritos, além de mostrar peculiaridades do processo de
transformação desse material em livro.
A autora é Cíntia Alves da Silva, que fez o
projeto durante seu mestrado na Unesp em Araraquara. Ela teve
orientação de Jean Cristtus Portela, professor da Unesp em Bauru. Sua
dissertação se transformou em livro eletrônico na edição 2013 da Coleção
Propg-FEU Digital, sob o selo Cultura Acadêmica da Editora Unesp. A
obra, intitulada As cartas de Chico Xavier - uma análise semiótica, pode ser baixada gratuitamente em http://migre.me/ekc6p.
Para realizar a análise, Cíntia teve que
criar um acervo de cartas psicografadas porque muitos desses textos
foram publicados apenas uma vez e com baixa tiragem. Após coletar mais
de 500 textos, a pesquisadora se limitou às "cartas de conforto" aos
parentes do suposto autor falecido.
Entre os autores mais recorrentes, a
linguista se ateve a três nomes: Augusto César Netto, Jair Presente e
Laurinho Basile. Os três teriam vivido em meados dos anos 1970, e
morrido jovens. Cíntia escolheu três cartas de cada autor, escritas em
períodos que variam de 8 meses a 4 anos.