sexta-feira, 24 de junho de 2011

Elias Barbosa e as cartas de Chico Xavier

Entrevista de Elias Barbosa à Revista Reformador, no final do ano do Centenário de Chico Xavier. Um dos mais importantes biógrafos e editores da obra epistolar de Chico, Barbosa fala do trabalho com as mensagens e livros psicografados pelo médium mineiro.

[...]

Reformador: Qual a sua motivação para elaborar o primeiro livro com mensagens familiares, psicografadas por Chico Xavier?

Elias Barbosa: Devido ao desespero dos pais, principalmente das mães que me procuravam, não só quando me encontrava presente no momento em que o médium Xavier estava psicografando, quanto em meu lar e, o mais das vezes, no consultório, onde muitas compareciam debaixo de uma depressão profunda, visivelmente com o processo de luto não resolvido. Grande parte delas alimentava, conscientemente, ideário suicida, numa época em que os timolépticos apresentavam efeitos colaterais desagradáveis. Em todos os casos, recomendávamos o estudo das obras de Allan Kardec e as de Emmanuel e de André Luiz, recebidas pelo nosso inesquecível Chico, sugerindo trabalharem na caridade, em nome do filho, da filha ou do cônjuge desencarnados em situações aparentemente trágicas.

Reformador: Na época, fez contato com os familiares dos Espíritos comunicantes, para análise das mensagens?

Elias Barbosa: Sim. Logo após a recepção da mensagem e a leitura dela, pelo nosso Chico, já que a maioria das mães e alguns pais choravam convulsivamente onde se encontravam sentados, sabendo, de antemão, que se tratava do filho ou filha que demandaram o túmulo. Eu procurava esses pais e solicitava a gentileza de me fornecerem os dados precisos e concretos das mensagens psicografadas que caracterizavam o estilo dos respectivos Espíritos comunicantes. A maioria, gentilmente, fornecia-me os dados comprobatórios da autenticidade da mensagem. Outras vezes, íamos até os hotéis em que se hospedavam, com vistas a nos contarem mais detalhes a respeito do Espírito comunicante, quando na Terra.

Reformador: Chegou a realizar alguma pesquisa nas referidas mensagens?

Elias Barbosa: Sim, a maioria delas, detalhadamente, sem qualquer preocupação científica. Numa das noites a que eu assistia, Chico psicografou uma página de um rapaz que se deu a conhecer por Wilson; sua mãe ficou o tempo todo em prantos, querendo, de toda forma, aproximar-se do médium. Tranquilizei-a dizendo-lhe que eu iria com ela até onde se encontrava o caro Chico. Mas perguntei-lhe se tinha consigo uma foto e, se possível, um documento com a assinatura dele. Foi quando ela me mostrou a Carteira de Trabalho, não somente com a foto, mas também com uma nítida assinatura, que era semelhante à que se encontrava na mensagem. Todos os presentes ficaram emocionados e eu solicitei àquela senhora se ela poderia me emprestar o precioso material para tirar uma cópia fotostática, já pensando em publicá-la num livro em andamento. Assim o fiz, e depois coloquei-a num dos livros que organizei em parceria com Chico Xavier, tendo repercussão internacional, já que um livro traduzido no Brasil e editado pela hoje extinta Editora Bloch, de um autor inglês, trazia, na última página de sua bela obra, um estudo honesto sobre esta ocorrência, sem que ele houvesse constatado a documentação a foto e o fac-símile da assinatura do jovem trabalhador, que se transferiu para o plano extrafísico, por afogamento.

[...]


FONTE: Revista Reformador, Ano 129, Nº 2187, Junho 2011.

3 comentários:

  1. Ola Cíntia!

    Parabens pelos posts. Recentemente escrevi algo as psicografias de Chico no 'Paranthropology' veja: Vol. 2, No. 1 (January 2011) 'Mediumship & Spirit Possession'. Vc pode acessar a revista em:

    http://www.box.net/shared/l1qlqd45ap

    Pretendo no futuro escrever outros trabalhos sobre o tema que é fascinante.

    Sds,
    Ademir Xavier
    eradoespirito.blogspot.com

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  2. Olá, Ademir!
    Li o seu artigo no início do ano e achei-o interessantíssimo. Também tenho acompanhado o seu blog, cuja proposta considero extremamente pertinente diante da necessidade de se buscar novos referenciais de análise para os fenômenos espíritas, em nossos dias. Aprecio e encorajo a todos que se lançam nessa busca, que é também a minha. Parabéns pelo trabalho! Cintia.

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  3. Cíntia,

    ficou muito bom o livro do Dr. Elias Barbosa com o pseudônimo de Irmão Zaqueu: "Eu também voltei".

    antonio.baracat@ig.com.br

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