Entrevista com Cintia Alves da Silva - Podcast do Programa Perfil, Rádio Unesp
Entrevista com Cintia Alves da Silva, autora do livro As cartas de Chico Xavier: uma análise semiótica, obra que integra a coleção da Propg Digital da Editora Unesp com o selo Cultura Acadêmica.
Ouça e/ou faça o download da entrevista clicando na imagem abaixo:
O estudo não teve como objetivo a comparação da produção escrita dos autores enquanto vivos e presumidamente depois de mortos. Assim, não é possível afirmar categoricamente que as cartas são dos falecidos. Essa afirmação de veridicção, de autenticidade, é dada pela família, que reconhece nas cartas a identidade do autor espiritual como sendo coincidente com a do parente falecido. O que meu estudo permite afirmar é que, sim, as autorias estudadas são consistentes e apresentam coerência em seus discursos e estilos, isto é, em seus traços autorais, em uma sequência de cartas, ao longo do tempo, estabelecendo uma sequência, uma continuidade narrativa. Também apresentam coerência em suas buscas pessoais, suas paixões, seus interesses. Todos têm diferenças, que permitem distingui-los uns dos outros, e semelhanças, que se baseiam no discurso doutrinário - o discurso do médium, da doutrina espírita. O que a ciência ainda não explica é como seria possível ao médium Chico Xavier estabelecer uma espécie de "banco de dados" que organizasse as características de cada autor, sem que essas características se misturassem, já que o médium escreveu mais de 10.000 cartas ao longo de vinte anos em sessões de psicografia epistolar.
Cíntia, parabéns; Há muito, o tema pede um estudo científico e mais, muita coragem. Pelas suas conclusões, as cartas podem ser atribuídas aos autores?
ResponderExcluirOlá! Muito obrigada ;-)
ExcluirO estudo não teve como objetivo a comparação da produção escrita dos autores enquanto vivos e presumidamente depois de mortos. Assim, não é possível afirmar categoricamente que as cartas são dos falecidos. Essa afirmação de veridicção, de autenticidade, é dada pela família, que reconhece nas cartas a identidade do autor espiritual como sendo coincidente com a do parente falecido. O que meu estudo permite afirmar é que, sim, as autorias estudadas são consistentes e apresentam coerência em seus discursos e estilos, isto é, em seus traços autorais, em uma sequência de cartas, ao longo do tempo, estabelecendo uma sequência, uma continuidade narrativa. Também apresentam coerência em suas buscas pessoais, suas paixões, seus interesses. Todos têm diferenças, que permitem distingui-los uns dos outros, e semelhanças, que se baseiam no discurso doutrinário - o discurso do médium, da doutrina espírita. O que a ciência ainda não explica é como seria possível ao médium Chico Xavier estabelecer uma espécie de "banco de dados" que organizasse as características de cada autor, sem que essas características se misturassem, já que o médium escreveu mais de 10.000 cartas ao longo de vinte anos em sessões de psicografia epistolar.
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Cintia.